quinta-feira, 14 de maio de 2009

Outra Desilusão

Perder um sonho é como abortar um filho, vê - lo esvair -se pelas pernas, dores, sangue, gemer, sofrer,chorar, perder, resta a esperança do amanhã, podemos recomeçar, novo dia, outros sonhos, novos planos, mas quem esquece um filho, ainda que nem tenha nascido, foi sentido, desejado, esperado.
Nessas horas frias de perda e dor, pranto e horror, buscando a paz na solidão, abrigando - se na escuridão, soluços, suspiros, olhar vazio, rosto sombrio, tudo é tão triste, tão intenso, morbido velório, enterro da ilusão.
Perder outra vez, outro sonho, sempre assim, sempre mais difícil, pra não dizer impossível, lágrimas insistem em rolar, ela insiste em chorar, desacreditar, vontade de fugir, dor de parir sem nunca sentir o filho esperado, nos braços abrigado.
Jurou nunca mais sofrer, nunca mais perder, nunca mais. Frágil cristal, cheio de arranhões, amargo de ilusões, ferido até a alma, cristal ofuscado.

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