quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Pablo Neruda

Quando eu era menina ouvia minha tia dizer que lia Neruda.
Ela dizia cheia de si como se fosse o máximo.
Cresci ouvindo esse nome sem sequer imaginar do que se tratava.
Nunca tive curiosidade de procurar maiores informações.
Um belo dia fui a um concerto.
Antes da apresentação uma senhora elegante apresentou -se dizendo:
Em homenagem ao dia dos namorados vou ler um texto deum poeta que escrevia o amor.
E começou a ler, achei lindo.
Assistimos a apresentação e ao final fui cumprimentá - la, e claro perguntar que texto era aquele, pois ela disse que era de Pablo Neruda.
Desde então tornei - me uma apaixonada por Neruda.
O texto é o seguinte:

Poema XLIV

Pablo Neruda

Saberás que não te amo e que te amo
posto que de dois modos é a vida,
a palavra é uma asa do silêncio,
o fogo tem uma metade de frio.

Eu te amo para começar a amar-te,
para recomeçar o infinito
e para não deixar de amar-te nunca:
por isso não te amo ainda.

Te amo e não te amo como se tivesse
em minhas mãos as chaves da fortuna
e um incerto destino desafortunado.

Meu amor tem duas vidas para amar-te.

Por isso te amo quando não te amo

E por isso te amo quando te amo.


(Retirado de: Cem sonetos de amor)


ç Tradução Maria Teresa Almeida Pina

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