sexta-feira, 18 de setembro de 2009

"Pois é, eu já pensei que minha vida talvez tivesse sido bem mais original e livre se eu pudesse compreender a necessidade de a gente se valer de tudo o que se perde por sobrar, do que a gente faz sem querer, entre o que se quer fazer. Minha vida não teria sido, inclusive, bem mais minha se eu nao tivesse deixado de sentir o desconhecido e de ousar o temido, por covardia, impostura, moralismo, ingenuidade, mediocridade e fé?Sinceramente, suponho que teria sido um poeta, um navegante, um músico ou um amante, se tivesse podido me utilizar das fantasias, dos tesões, das mentiras, dos erros, das loucuras, dos orgasmos, das febres e dos mistérios da noite, além de tudo o que me foi tirado e do que não soube dar. Assim, acabou resultando que estou aqui, mas não sou nada, como um fantasma, um personagem de sonho, porque tive o insano desejo, a pretensão absurda e ridícula de escolher."

Rudolf

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