Vento no canavial Sopra uma saudade assim Vento que vem me contar Que você não gosta mais de mim Vento vem contar mentira História que ouviu além Vento que não guarda nunca O segredo que contou alguém E por isso vivo cantando A minha dor a embalar E se conto o meu segredo Vento leva a soprar Quem acreditar no vento Vê que a vida vai passar Nuvens que no céu ao vento Vão passando sem nunca chegar
João Donato, Lysias Ênio
As palvaras acariciam, saciam aqucem a mente, fomentam a alma As palvras sábias são como maçãs de ouro em salvas de prata Já dizia o sábio Salomão As palavras também ferem destroem sonhos, sentimentos Seria melhor calar, guardar palavras néscias? Ou arrojá-las ao vento como escremento fétido Que suja o pensamento corrompe a essência do ser Aniquilando os sonhos pueris metamorfoseando-os em fracassos Palavrear nem sempre usar palvras com erudição Sem jamais perder a razão essa é a questão
"Quando escrevo, repito o que já vivi antes. E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente. Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser um crocodilo porque amo os grandes rios, pois são profundos como a alma de um homem. Na superfície são muito vivazes e claros, mas nas profundezas são tranqüilos e escuros como o sofrimento dos homens."
Eu te peço perdão por te amar de repente Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos Das horas que passei à sombra dos teus gestos Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos Das noites que vivi acalentado Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente. E posso te dizer que o grande afeto que te deixo Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas Nem as misteriosas palavras dos véus da alma... É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias E só te pede que te repouses quieta, muito quieta E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar [ extático da aurora.
Texto extraído da antologia "Vinicius de Moraes - Poesia completa e prosa", Editora Nova Aguilar - Rio de Janeiro, 1998, pág. 259.
Queria acordar e continuar a sonhar Fazer do sonho minha realidade E do pesadelo da realidade Fazer caridade e apagar essa crueldade
Eu vi a Morte, a moça Caetana, com o Manto negro, rubro e amarelo. Vi o inocente olhar, puro e perverso, e os dentes de Coral da desumana.
Eu vi o Estrago, o bote, o ardor cruel, os peitos fascinantes e esquisitos. Na mão direita, a Cobra cascavel, e na esquerda a Coral, rubi maldito.
Na fronte, uma coroa e o Gavião. Nas espáduas, as Asas deslumbrantes que, rufiando nas pedras do Sertão,
pairavam sobre Urtigas causticantes, caules de prata, espinhos estrelados e os cachos do meu Sangue iluminado.
Arianao Suassuna
A neve branca marcada com sangue o frio cortante gelava a face, e as mãos petrificadas não sentiam mais o tato perderam o desejo de afagar Renderam-se a falta de amor
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Frutas vermelhas em sangue cicatrizes profundas feridas pustulentas
Pratos de dor taças de amargor sabor desamor
Ilusão quente inflama o peito da gente choro temor
Framboesas, uvas, cerejas licor de mágoas vinhos sombrios
Mórbidos pesadelos disturbio mental tristeza rude
domingo, 21 de junho de 2009
Momentos escritos com letras douradas Palavras guardadas em potes de ouro Razões, desatinos, amores, segredos Gravados na memória prateada
Flor no cabelo, perfume de lavanda no corpo inteiro vestida de linho, pés descalços, sorriso perolado Esperava seu amor, noite quente, cama vazia ansiosa aguardava a sua volta, contava as horas Lençóis de seda, travesseiros de macela flores de alfazema pra aromatizar saudade pra matar, vontade de amar Velas pra encantar, pele pra tocar cantava a música dos deuses O amor não chegou, nunca mais voltou o sonho acabou Morena acordou: - Amor me abraça? não consigo dormir! -Dorme meu anjo eu to aqui, te amo!
Águas turvas invadem meu caminho sombras escuras apagam meu Sol Olhos lacrimados me cobrem passos vagarosos, não posso andar Alagado está meu coração a tristeza perspassou meu riso
Sorrindo partiu a cantar leve como pluma bailando sem parar, tinha asas coloridas como borboleta
Exalando alfazemas frescas luzindo estrelas ritmadas brilhando, ostentando sorriso largo e quente
Resplendente bailarina sobre circulos a encantar, saltitantes contornos de mulher, apaixonada
quarta-feira, 17 de junho de 2009
Busquei flores pra você Queria ver seu alegre sorrir
Escolhi as mais viçosas, as mais coloridas, vivas e perfumadas
Cozi um vestido com elas pra com elas me vestir Preparei um assado de carinhos salpicado de afagos delicados Reservei uma garrafa de sorrisos à temperatura ambiente Em taças de cristal coloquei as nossas gargalhadas A sobremesa confeitada com mel dos nossos lábios Encontro detalhadamente preparado pra alegrar-nos Momentos ternamente registrados guardados como diamantes E a lua cheia coroando nossos atos, fatos de uma vida de amor
"Ela é bonita no seu jeito normal de ser Morena Raiz, natural,sensual, quase sem querer Mulher-menina maneira, não tem frescura Flor nordestina do amor, da cor da doçura Morena Raiz, menina, mulher verdadeira Morena raiz maninha, te ver me faz viver..... Me faz feliz a vida inteira Tão longe, quando estou distante da estrada Distante, em algum instante Quando lembro Você sorrindo Não há mais nada, nada mais lindo Que contemplar A beleza límpida Sem mentira A beleza simples A luz cristalina do seu olhar..."
Morena Raiz _ Tribo de JaH
terça-feira, 16 de junho de 2009
Busco a essência razão, quiça alucinação do que me apraz
Faço experiências procuro inocência vivo a incoerência
Desatinada, obstinada não sei onde penso chegar
Desacredito desse meu andar, conheço meu lidar
Preciso me acostumar quero viajar pro mar viver e voar
Recordar é reviver é ressentir é ter no peito as mesmas batidas ouvir as mesmas palavras no exato tom da voz é reacender a chama pra nunca mais apagar
Me desfaço entre lágrimas e dores me refaço das cinzas de falsos amores me enlutei lambendo feridas
Resurjo por entre as frestas da vida Redescubro a alegria e as belezas naturais que me pertencem
Desfaço os laços que por tanto me prenderam e sufocaram minha essência
Acendo a candeia da liberdade e alegremente liberto meus fantasmas
Repaginada, renovada redescubro meu eu provo meu sabor
E aceito de braços e peito abertos a vida como ela é
Sem medos e sem máscaras me entrego e saio do casulo voando com asas coloridas
Borboleta feliz da vida vestida de flores e amores renovada, livre, espontânea
segunda-feira, 15 de junho de 2009
É preciso ler pra poder entender
ler o coração, as entrelinhas
É preciso ouvir pra poder enterder
ouvir e acreditar, sentir e se entregar
É preciso viver pra poder entender
viver, amar, cantar
sábado, 13 de junho de 2009
Apenas um momento Repetidas vezes só mais um pouco e a dor volta nesse momento sem pressa de sair, ela veio pra incomodar e quer ficar Água na cabeça vinho na taça choro na garganta Apenas um momento
Olha ai os meus poemas na reportagem da Letícia Mendonça no Jornalirismo narrativa detalhada dos bastidortes do festival, as fotos são da Fernanda de Aragão.
Lembranças infantis me aquecem trazem de volta o sorriso inocente ao meu rosto devolvem à imaginação sonhos dos contos das fadas, dos magos, elfos... Tempos de Bambalalão na TV cultura, saudades Finalmente verei de perto o João Acaiabe contando histórias, sonho de criança realizado ainda há tempo.
Sem falsa modéstia, dar entrevista na TV não me deixa mais nervosa Mas eu sempre quis dar entrevista pra cultura rsrs E finalmente vieram os flashes, ficou muito boa a reportagemé claro que eu não era o assunto mas o reflexo já está de ótimo tamanho afinal FAMA não é minha pretensão, ou já teria ficado satisfeita com minhas aparições na TV Globo (sem comentários)
Agora sim o Sol, sexta feira, fim de semana, até o frio fica gostoso A noite fica mais bonita, a cama cheia, as taças repletas O vinho, chocolates, queijos, boa música, boa companhia Conversas, carinhos, encontro, beijos, sorrisos Assim vale a pena, assim começa o nosso final de semana Carregar as energias pra mais uma semana de trabalho...
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Vontade de te beber Haurir até o último gole Deleitando-me em seus sabores
Fazer verter o mais profundo do seu espírito e sugá-lo descaradamente, deliciosamente
Abocanhar suas formas deliciar-me em seus contornos deleitar-me em seu corpo
Aproveitar-me das delícias que apenas você me pode oferecer e me fazer arder
Dia frio desejo de tomar um vinho, um caldinho ficar no aconchego de um abraço agarradinho com amor na cama sexo selvagem libertinagem, sedução, atração Completo fascínio...
Justamente quando pensava em desistir tudo aconteceu, na realidade havia desistido, não acreditava mais que fosse possível viver uma paixão, não esperava conhecer o amor, foi então que apareceu um Merlim, sorridente, inteligente, apaixonante, sedutor. Desacreditada de tudo queria mesmo era tirar proveito do homem, descaradamente, sem nenhum pudor, deu asas a sua libido, foi em busca de uma diversão sem compromisso, pobre Joana, já estava era enfeitiçada pelos encantos daquele Mago, completamente dominada pelo instinto não pode jamais livrar-se da magia em que se vira envolta a pele suada, os corpos exaustos, o sono profundo nos braços do Merlim, o manhecer enrroscada naquele corpo que agora era seu também. Aquela mulher conheceu o amor e o que seria um encontro tornou-se a sua vida, num passe de mágica transformada para sempre; Joana nunca mais sentiu -se só, pois tinha ao seu lado o mais belo e encantador de todos os Magos.
terça-feira, 2 de junho de 2009
No compasso descompassado da saudade, falta um pedaço, falta calor falta o meu amor
Fragmentos de conversas Pele, corpo, anseio o desejo aumenta a saudade atormenta
Sem coragem de sair sem vontade de dormir nem a fome vem fomentando a saudade
O frio convida ao vinho aos cobertores ao aconchego dos lençóis, travesseiros cama grande e vazia
Incita a saudade açoita a alma fustiga a calma flagela o corpo
Alimenta a imaginação ao rencontrar, saciar, fartar, cevar, matar a saudade, viver intensidade...
Sou assim
intensa, ambígua,
menina, mulher,
apaixonada, apaixonante,
forte, fraca,
corajosa, medrosa,
poderosa, insignificante,
magnífica, medíocre,
auto - confiante, insegura.
Sou uma hipérbole.
Sou isso e não sou nada.
E tudo na mesma proporção.
Será que é possível?